“Truncus Arteriosus” ou Tronco Arterioso Comum (TAC) é uma doença que acomete cerca de 0,7% das pessoas que possuem alguma cardiopatia congênita. Trata-se de uma cardiopatia cianogênica (que deixa o bebê roxinho) e rara. É comum que um grande número de pacientes apresentem também a Síndrome de Di George.
O TAC é um defeito no qual a artéria pulmonar (vaso que vai para o pulmão) e a artéria aorta (vaso que vai para o corpo) nascem unidas em um único grande vaso (truncus), fazendo com que ambos os ventrículos compartilhem a mesma saída do coração. Como a saída é única, existe também uma grande comunicação entre os ventrículos. O sangue é ejetado através da valva truncal em direção ao tronco comum.
Na grande maioria dos casos, a doença se associa a outras malformações como a disfunção da valva truncal, anomalias do arco aórtico e anomalias de coronárias, entre outras.
O TAC pode ser classificado em tipos I, II e III, dependendo de como os vasos pulmonares saem do tronco comum. Essa classificação define a gravidade do problema, sendo III a condição de correção mais difícil.
O diagnóstico é feito através do ecocardiograma e a detecção no pré-natal nem sempre é fácil, pois pode ser confundida com outras patologias semelhantes.
A manifestação clínica se inicia quando há queda da pressão pulmonar, que geralmente ocorre após a primeira semana de vida, causando respiração rápida (sinais de insuficiência cardíaca), especialmente para mamar, resultando ainda em cianose e na dificuldade para ganhar peso.
O tratamento inicial pode ser feito com remedinhos que aumentam a eliminação de líquidos (diuréticos), minimizando o quadro de cansaço. Já o tratamento definitivo é cirúrgico, feito idealmente antes de 30 dias de vida, para evitar um maior risco de comprometimento pulmonar.
Na cirurgia de correção, fecha-se a comunicação interventricular e desconecta-se a artéria pulmonar do tronco comum para reconecta-lá ao ventrículo direito, através de um tubo de material sintético por fora do coração. Às vezes, é necessário realizar uma plástica na valva truncal, que passará a funcionar como valva aórtica.
Note que esse caso exige nova cirurgia, assim que a criança cresce, para a troca do tubo que se acrescentou ao coração.
Quando o peso do bebê está baixo, ele tem alguma infecção impeditiva ou outras lesões graves associadas, é indicada uma cirurgia paliativa inicial, que é a bandagem dos ramos pulmonares para, em um momento oportuno, realizar a correção total.
Infelizmente essa cirurgia não é simples e, por isso, buscar um centro especializado, com cirurgiões cardíacos infantis e equipes clínicas capacitadas, pode fazer toda a diferença na vida de seu bebê.
A boa notícia é que há equipes como a do Professor Doutor José Pedro da Silva, que têm muito sucesso neste tipo de procedimento.