A Estenose Subaórtica é responsável por cerca de 1% de todas as cardiopatias congênitas. No entanto, sua raridade no nascimento e sua evolução progressiva sugerem que esta possa ser uma condição adquirida.
Trata-se uma forma fixa de obstrução anatômica ao fluxo de saída do ventrículo esquerdo, abaixo da válvula aórtica. Ficou complicado de entender? Vamos tentar traduzir de forma mais simplificada: trata-se de uma barreira que se encontra abaixo da válvula aórtica (por isso o termo ˜subaórtica˜), impedindo a normal circulação do sangue por essa válvula. Como consequência, o coração reage e fica hipertrofiado (cresce sua musculatura) tentando expulsar o sangue com mais força para vencer essa barreira. Se não for feito o tratamento, essa força aumentada (jato de sangue com maior pressão) pode danificar a válvula que se localiza acima dessa barreira, que pode ser constituída de uma membrana fixa, um anel ou um túnel.
Essa doença pode estar associada a outras alterações congênitas em cerca de 50% a 65% dos pacientes. Portanto, quando visitar seu cardiopediatra, fique de olho nessa pergunta, pois ela lhe ajudará a compreender melhor a condição específica de seu bebê.
Na grande maioria dos casos, em que a obstrução é de leve a moderada, as crianças são assintomáticas e a suspeita do diagnóstico é levantada pela presença de sopro na consulta do pediatra. Note que o sopro, de forma simples a compreender, é um barulho anormal que o pediatra perceberá no coração e indicará então a investigação de sua origem. O diagnóstico será confirmado através da realização de um ecocardiograma.
Nos quadros mais graves, essa patologia poderá causar cansaço após esforços, dor no peito e até mesmo desmaio durante os esforços.
O tratamento definitivo é cirúrgico e está indicado quando o grau de obstrução é alto ou acomete a valva aórtica, provocando um grau de insuficiência da válvula. Infelizmente apresenta um alto risco de reincidência, com necessidade de reoperação ocorrendo em torno de 15% a 20% dos casos.