A Transposição das Grandes Artérias (TGA) é uma cardiopatia congênita que ocorre com maior frequência em meninos e apresenta maior incidência em filhos de mães diabéticas. O diagnóstico geralmente é realizado no pré-natal, por meio do ultrassom morfológico, e confirmado posteriormente com um ecocardiograma fetal. Esse diagnóstico precoce é crucial, pois permite o planejamento do parto em centros especializados em cirurgia cardíaca infantil, aumentando as chances de um desfecho positivo.
Essa condição caracteriza-se por uma troca na posição dos grandes vasos do coração: a aorta, que deveria sair do ventrículo esquerdo, sai do ventrículo direito, enquanto a artéria pulmonar, que deveria sair do ventrículo direito, sai do ventrículo esquerdo. Como resultado, as circulações sanguíneas funcionam em paralelo: o sangue pobre em oxigênio circula pelo corpo, e o sangue oxigenado permanece nos pulmões. Esse quadro faz com que o bebê apresente cansaço e cianose (pele arroxeada) nas primeiras horas de vida. Em alguns casos, uma comunicação entre os átrios do coração permite a mistura parcial desses fluxos, amenizando temporariamente os sintomas.
O tratamento da TGA é predominantemente cirúrgico. A principal técnica utilizada é a correção arterial, desenvolvida pelo Dr. Adib Jatene no Brasil, também conhecida como Cirurgia de Jatene (ou Arterial Switch nos EUA). Esse procedimento consiste na reposição dos vasos na posição correta, restaurando o funcionamento normal do coração. Em casos mais complexos, como em crianças mais velhas ou com defeitos associados, pode ser necessária uma abordagem paliativa, como a Cirurgia de Senning.
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